terça-feira, 8 de novembro de 2011

Um justo desejo litúrgico

Catedral de Westminster, em Londres - Inglaterra

Domingo passado acordei com um desejo imenso de participar de uma missa solene, solene em seus ministros, em seus paramentos, em seu templo, em seus cantos e em sua assembleia. Era um daqueles desejos agudos que quase levam às lágrimas por se saber que não serão realizados.

Era dia da Solenidade de Todos os Santos, SOLLEMNITAS OMNIVM SANCTORVM, e o que minha alma pedia era, junto com estes excelentes heróis da fé, membros da Igreja Triunfante junto de Deus, oferecer ao Senhor um sacrifício cercado daquela dignidade que Ele merece, mas não foi bem o que tive...

Sacerdote e povo eram festivos por demais, e bem sei que não o faziam por mal. Ah, se provassem daquelas riquezas da Tradição, daquela fonte que um dia alimentou nossos avós! Ah, se não lhes fosse negado e ocultado sob sete chaves o legado dos Santos Padres, legado este que por vezes não se deve nem fazer menção, sob pena de sanções e de uma excomunhão não formal, porém prática.

Foi então que fechei meus olhos e me vi em uma linda Igreja, imensa, alta, com um maravilhoso retábulo. A partir daí, ao ouvir as palmas, era o silêncio que eu ouvia; ao serem entoados os cantos animados, tocados por um violão, eu era imerso em uma esplêndida harmonia gregoriana, acompanhada do toque do órgão; ao ver as danças, eu enxergava fiéis inseridos profundamente no mistério, tomados de uma justa postura eucarística; ao ouvir o vernáculo, eu percebia o latim, a língua oficial da Igreja, e com ele procurei repetir as aclamações.

Durante a homilia, recordei um sermão do Pe. Anderson Batista da Silva, da Arquidiocese de Niterói, que vi nestes dias pela internet, aos pés do Cristo Redentor, de casula romana e barrete, com uma postura grave, proclamando as verdades de fé. Que falta nos fazem tais sermões! Pois os que temos hoje, por vezes são repletos de piadinhas, de brincadeiras e, quando muito, nos trazem algum bom conselho, mas mui raramente ensinamento vivo da Tradição e da Doutrina. Há uns que até procuram nos levar a uma experiência sensível com o Senhor, clamando suas consolações, mas não nos dão o alimento sólido de que necessitamos. E há casos, e não raros em nossos dias, em nossas paróquias, em que o sacerdote se pronuncia para contrariar o Magistério da Igreja e pôr em dúvida as Verdades Eternas!

Adentrando a Oração Eucarística, ao ver o sacerdote dividindo seu olhar e sua atenção entre Cristo, hóstia imaculada, e os fiéis, para os quais geralmente se gesticula, se procura entonações de voz, até mesmo durante a Consagração, eu o imaginava totalmente entregue ao mistério, totalmente voltado para Deus, VERSUS DEUM, e dizendo: “Domine, non sum dignus” (Senhor, eu não sou digno!).

Quanta diferença...

Mas, enfim, comunguei de Jesus Eucarístico, minha vida, minha salvação e, como diria meu pároco: “Obrigado, Senhor, pela Eucaristia!”.

Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum.
Benedicta tu in mulieribus, et benedictus fructus ventris tui, Iesus.
Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis pecatoribus,
nunc, et in hora mortis nostrae. Amen.

(A Ave Maria ele reza em português. O Latim é por minha conta!)

Que o Senhor nos conceda dias melhores!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

"Mãe, eu dei sete paz de Cristo! E a senhora?"

Ouvi esta frase ontem de uma criança que estava sentada à minha frente com sua mãe na Santa Missa.

Isto me recordou a passagem do livro de Romanos: “Sejam carinhosos uns com os outros, rivalizando na mútua estima.” (Rm 12,10). Sabes o que significa isto? Que devo procurar ser o primeiro a amar!

No mundo de hoje vivemos cercados, e por que não dizer comprimidos, pela rivalidade. As pessoas buscam ser as primeiras no campo da moda, do poder aquisitivo, das redes de influência, dos ciclos de vantagens. Alegram-se em ostentar aquilo que possuem a mais do que o seu próximo, em poderem se considerar únicos, unicidade esta que muitas vezes termina em solidão, depressão e esquecimento...

Mas, embora não raras vezes nos deparemos com estes casos, inclusive comentados pela mídia, insistimos eu dizer: eu tenho tal coisa e você nem tem! Não posso nem dizer que isto é uma atitude infantil, pois a criança a que me referi há pouco teve uma atitude bem diferente. Direi então que é coisa de quem não abriu seu coração para Deus entrar.

Vem-me à lembrança também o texto dos Atos dos Apóstolos, quando diz, acerca dos primeiros cristãos: “Em todos eles era grande a graça. Nem havia entre eles nenhum necessitado, porque todos os que possuíam terras e casas vendiam-nas, e traziam o preço do que tinham vendido e depositavam-no aos pés dos apóstolos. Repartia-se então a cada um deles conforme a sua necessidade.” (At 4,33-35)

Como temos a aprender com eles!

Mas para não parecer um exemplo tão distante, aprendamos com aquela menininha que nem mesmo sei o nome. Busquemos ser os primeiros a dar a paz...

“Em toda casa em que entrardes, dizei primeiro: Paz a esta casa!” (Lc 10,5)

Os primeiros a amar...

“Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus.” (1Jo 4,7)

Os primeiros a fazer o bem...

“Aplicai-vos a fazer o bem diante de todos os homens.” (Rm 12,17)

Não fiquemos esperando que o outro nos ame. Amemos!

“Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta.” (Mt 5,23-24)

E caso ainda insista dentro de ti a pergunta de quantas vezes devemos dar esta paz, deixo a resposta a cargo de São Mateus: "Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete." (Mt 18,22). Por certo aquela menininha não se importará em multiplicar por 10 aquele ato tão singelo. E você?

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Estamos começando...

Boa tarde, querido leitor!

Em breve teremos aqui um blog diversificado, com notícias, textos, poesia, música, opiniões, críticas e muito mais. Você não perde por esperar!

Fiquemos com Deus!