quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Sobre o verdadeiro sentido da Santa Missa

Trazemos a seguir um texto compacto, porém de grande valia para o entendimento do real sentido da Santa Missa e de como devemos nos portar na mesma. São textos de papas e santos de nossa Igreja, refletindo portanto não a opinião de grupos e/ou segmentos, mas da própria Igreja, Una, Santa e Católica.

Boa leitura!

“Num contexto eclesial ou outro, existem abusos que contribuem para obscurecer a reta fé e a doutrina católica acerca deste admirável sacramento. Às vezes transparece uma compreensão muito redutiva do mistério eucarístico. Despojado do seu valor sacrificial, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de um encontro fraterno ao redor da mesa.” (João Paulo II. Carta Encíclica Ecclesia De Eucharistia, 10)

“Uma liturgia participativa é importante, mas uma que não seja sentimental. A liturgia não deve ser simplesmente uma expressão de sentimentos, mas deve emergir a presença e o mistério de Deus no qual ele entra e pelo qual nós nos permitimos ser formados.” (Papa Bento XVI, durante viagem apostólica ao Benim, África, em novembro de 2011)

“O augusto sacrifício do altar não é, pois, uma pura e simples comemoração da paixão e morte de Jesus Cristo, mas é um verdadeiro e próprio sacrifício, no qual, imolando-se incruentamente, o sumo Sacerdote faz aquilo que fez uma vez sobre a cruz, oferecendo-se todo ao Pai, vítima agradabilíssima. Uma e idêntica é a vítima: aquele mesmo, que agora oferece pelo ministério dos sacerdotes, se ofereceu então sobre a cruz; é diferente apenas, o modo de fazer a oferta”. (Pio XII. Mediator Dei, 61)

“Amai Jesus presente na Eucaristia. Ele está presente de modo sacrifical na Santa Missa, que renova o Sacrifício da Cruz. Ir à Missa significa ir ao Calvário para nos encontrarmos com Ele, nosso Redentor.” (João Paulo II. Discurso aos jovens e crianças de associações e paróquias italianas em 08/11/1978)

“Em virtude da sua íntima relação com o sacrifício do Gólgota, a Eucaristia é sacrifício em sentido próprio, e não apenas em sentido genérico como se se tratasse simplesmente da oferta de Cristo aos fiéis para seu alimento espiritual.” ((João Paulo II. Carta Encíclica Ecclesia De Eucharistia, 13)

“Eis o meio mais adequado para assistir com fruto a Santa Missa: consiste em irdes à igreja como se fôsseis ao Calvário, e de vos comportardes diante do altar como o faríeis diante do Trono de Deus, em companhia dos santos anjos. Vede, por conseguinte, que modéstia, que respeito, que recolhimento são necessários para receber o fruto e as graças que Deus costuma conceder àqueles que honram, com sua piedosa atitude, mistérios tão santos.” (São Leonardo de Porto Maurício.)

Vejamos o que o grande Papa São Pio X explica para nós acerca do Santo Sacrifício da Missa:

O sacrifício, em geral, consiste em oferecer a Deus uma coisa sensível, e destruí-la de alguma maneira, para reconhecer o supremo domínio que Ele tem sobre nós e sobre todas as coisas.

“A santa Missa é o sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo, oferecido sobre os nossos altares, debaixo das espécies de pão e de vinho, em memória do sacrifício da Cruz. O Sacrifício da Missa é substancialmente o mesmo que o da Cruz, porque o mesmo Jesus Cristo, que se ofereceu sobre a Cruz, é que se oferece pelas mãos dos sacerdotes seus ministros, sobre os nossos altares, mas quanto ao modo por que é oferecido, o sacrifício da Missa difere do sacrifício da Cruz, conservando todavia a relação mais íntima e essencial com ele. Entre o Sacrifício da Missa e o sacrifício da Cruz há esta diferença e esta relação: que Jesus Cristo sobre se ofereceu derramando o seu sangue e merecendo para nós; ao passo que sobre os altares Ele se sacrifica sem derramamento de sangue, e nos aplica os frutos da sua Paixão e Morte.

Para que fins se oferece o Santo Sacrifício da Missa?

Oferece-se a Deus o Santo Sacrifício da Missa para quatro fins:

1) Para honrá-Lo como convém, e sob este ponto de vista o sacrifício é latrêutico;

2) Para Lhe dar graças pelos seus benefícios, e sob este ponto de vista o sacrifício é eucarístico;

3) Para aplacá-Lo, dar-Lhe a devida satisfação pelos nossos pecados, para sufragar as almas do Purgatório, e sob este ponto de vista o sacrifício é propiciatório;

4) Para alcançar todas as graças que nos são necessárias, e sob este ponto de vista o sacrifício é impetratório.

Para ouvir bem e com fruto a Santa Missa são necessárias duas coisas:

1) Modéstia exterior – Consiste particularmente em estar modestamente vestido, em observar o silêncio e o recolhimento.

2) Devoção interior – O melhor modo de praticar a devoção interior ao ouvir a Santa Missa é o seguinte:

  • Unir-se, desde o começo, a própria intenção à do sacerdote, oferecendo a Deus o Santo Sacrifício para os fins por que foi instituído;
  • Acompanhar o sacerdote em cada uma das orações e ações do Sacrifício;
  • Meditar a Paixão e morte de Jesus Cristo e detestar, de todo o coração, os pecados que Lhe deram causa;
  • Fazer a comunhão sacramental, ou ao menos a espiritual, ao tempo em que o sacerdote comunga.